Até ano que vem

Não esqueça de atrasar o relógio em uma hora neste sábado

Redução da demanda de energia no RS pode chegar a 5,1% e é a maior do país, segundo ONS

Por: Roberto Giovanaz

Neste sábado (20) terá duas meias-noites. Isso porque chega ao fim o horário de verão de 2015/2016 conforme Decreto nº 6.558, de 8 de setembro de 2008 e revisado pelo Decreto 8.112-2013. Os relógios de dez estados brasileiros, além do Distrito Federal, deverão ser atrasados em uma hora. A média de redução de custos em todo o Brasil com esta medida é de 4,5% nos últimos dez anos, segundo dados do Ministério de Minas e Energia. Com a maior utilização de luz natural em horários entre 18h e 21h, o governo federal evita custos de até R$ 7 bilhões em investimentos extras em estruturas para geração de energia elétrica.

Instituído no Brasil pela primeira vez em 1931 e anual desde 1986, esta é a 40º vez que entra em vigor no país. Atualmente, relógios estão uma hora adiantados no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Rio de Janeiro, Espírito Santo, São Paulo, Minas Gerais, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso. Segundo estimativa do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), órgão responsável por coordenar e controlar instalações de geração e a transmissão de energia, o Rio Grande do Sul é o estado com maior redução de demanda energética, podendo alcançar 5,1%, o que equivale a 235 MegaWatts(MW). O total pode chegar a 2.610 MW. A maior contenção aqui no Estado está justamente pela sua localização ao Sul e a maior distância da Linha do Equador. Aqui, a diferença de luminosidade é maior entre inverno e verão. Nesta época do ano, fim do verão, os dias começam a ficar mais curtos.

Entre os principais benefícios do Horário de Verão estão o aumento da segurança operativa, flexibilidade para manutenção e redução de cortes de carga em situações de emergência, diminuição de custos de operação do Sistema Interligado Nacional, entre outros. É previsto, também pela ONS, uma economia real de R$ 240 milhões pela diminuição de geração. O horário de verão existe em todos os continentes. Na América do Sul, por exemplo, a mudança nos relógios acontece também no Uruguai, Chile e Paraguai.

A favor
Um dos aspectos que mais agrada no horário de verão são as horas a mais de sol, aproveitadas para atividades físicas e lazer. Para José Dilmar, 63, corretor de imóveis, o horário poderia continuar por mais tempo. “É muito bom chegar em casa e ainda ter algumas horas de sol para atividades particulares”, comenta. Perguntado sobre que atividades costuma fazer, para aproveitar o maior tempo de luz natural, Dilmar prefere as caminhadas no final da tarde.

Apesar de encontrar dificuldades para se adaptar, Sheila Farias, 37, que trabalha em consultório médico, diz preferir o horário de verão e as estações mais amenas. “No início sinto um pouco de dificuldade por ir dormir mais tarde e acordar mais cedo, mas compensa pela tarde ser mais longa”, explica. Ela aproveita cerca de duas horas a mais de sol por chegar em casa do trabalho cerca de 19h. Para Sheila, esse tempo é essencial para relaxar ou fazer alguma atividade na rua, habitada até mais tarde durante nesta época do ano. “Amo o horário de verão. Parece que a gente tem mais tempo, que o dia é mais longo”, diz ao lamentar que chegou ao final.

Contrários
Alegando não se adaptar, Wilton Cunha, 66, aposentado, diz que seu organismo fica completamente desregulado com o adiantamento de uma hora nos relógios. “Eu fico transtornado. Perco a hora da leitura, me alimento mal e durmo mal”, diz. Segundo estudo desenvolvido pelo Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo, o organismo precisa de 14 dias, no mínimo, para se adaptar. Isso significa ter fadiga durante o dia, dificuldades com o sono à noite e até mesmo dificuldades de atenção estão entre os prejuízos relatados. Cunha também prefere o inverno e as temperaturas mais baixas. “O inverno parece que tem mais poesia. As pessoas precisam se aproximar para se aquecer”, romantiza o aposentado.

Para Andréia Lima, 36, serviços gerais, além das dificuldades para adaptar o seu relógio biológico, ela sofre muito com o calor. Tomava um sorvete numa sombra do Calçadão quando foi interrompida pela reportagem. “Eu não consigo gostar”, admite. “Sofro demais pra me acostumar”, argumenta Andréia. O horário de verão chega ao fim após 126 dias de duração.

Dicas para se adaptar
# Alterar aos poucos os horários de dormir e acordar
# Evitar alimentos como café, chocolate, pó de guaraná ou chá preto no final da tarde e à noite
# Praticar exercícios no turno da manhã
# Evitar atividades físicas e que exigem concentração momentos antes de dormir
# Antecipar gradualmente o horário de ir dormir (dez a 15 minutos antes por dia).
# Dormir de sete a oito horas por noite

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